Suplementação com proteína é importante para indivíduos nas primeiras semanas de treinamento?

Escrito pelo Prof. Esp e MBA Danilo Luiz Fambrini

Está bem estabelecido que o treinamento com pesos utilizado de forma crônica, aumenta força muscular. Além disso, o estresse mecânico imposto pelo trabalho durante o treinamento com pesos é utilizado para aumentar o músculo inteiro e o tamanho da fibra muscular (Staron et al 1994; Wilkinson et al. 2006). Em uma população destreinada, a melhoria da força muscular é declaradamente devido as adaptações neurais (Gabriel et al. 2006; Moritani 1979; Staron et al. 1994).

Embora ainda não seja exato o período de treinamento necessário para que sejam observados os primeiros ganhos hipertróficos, Philips (2000), menciona o período de 6 a 7 semanas. No entanto, em estudos recentes, foram observadas diferenças no diâmetro do músculo após 3 semanas de treinamento em indivíduos destreinados (Defreitas et al 2011; Martins et al. 2013; Seynnes et al. 2007).

Estudos mencionam que quando os aminoácidos essenciais ou proteínas do leite são suplementados após o treinamento de resistido, uma maior resposta anabólica aguda tem sido observada quando comparado com o treinamento sozinho (Biolo et al. 1995; Phillips et al. 1997; Tipton et al. 1999, 2004). Entretanto, outros autores não encontraram benefícios da suplementação dentro de um período de 6 a 10 semanas de treinamento resistido em indivíduos treinados e destreinados (Antonio et al. 2000; Hoffman et al. 2009).

Boone et al (2015) elaboraram uma pesquisa de campo recente visando comparar a utilização da suplementação com proteínas e de placebo em jovens adultos não treinados. Os pesquisadores avaliaram a força dinâmica e estática, potência muscular e alterações no músculo quadríceps em um período de 4 semanas, totalizando 12 sessões de treinamento.

Foram encontradas melhorias significativas em quase todas as variaveis, onde somente na potência muscular não houve aumento no período de pesquisa. No entanto, as alterações encontradas foram no comparativo pré e pós pesquisa, quando comparamos a utilização de suplementação com proteína e placebo, não foram identificadas diferenças.

Dessa forma, o estudo de Boone et al. (2015) reforça os achados de Seyness et al. (2007) com relação á possibilidade de aumento de massa muscular em um período inferior a 8 semanas de treinamento.

Com relação à força muscular, os achados foram compatíveis com os achados de Malas et al. (2013), que encontraram aumentos de força nas primeiras semanas de treinamento em sujeitos não treinados. A explicação deve-se a utilização de sobrecargas elevadas, estimulantes para a melhoria da força muscular.

Como podemos mencionar com os achados dos estudos apresentados, assim como Boone et al. (2015), Herda et al. (2013) mencionou anteriormente em seu estudo que em um período de treinamento de 4 à 8 semanas, aparentemente não existe a necessidade de suplementação com proteína, pois, não oferecem benefícios adicionais para o praticante iniciante. Em sujeitos treinados, no entanto, Tang et al. (2009), encontraram melhorias significativas quando utilizada a suplementação de proteína do soro do leite.

Considerações

Após analisarmos os estudos mencionados, podemos sugerir que a suplementação com proteína de soro do leite pode ser interessante para otimizar ganhos de massa muscular, no entanto, deve ocorrer após o conhecido período de adaptação, pois, em indivíduos iniciantes não foram encontrados benefícios adicionais.