Cuidado com o retorno ao exercício físico para seu projeto verão não virar projeto reabilitação

Embora estejamos falando de idas e vindas e para alguns quase um ano sem exercícios regulares, muita gente que era fisicamente ativa está maratonando no Netflix mais do que nunca! Ao mesmo tempo, em diversos locais as academias estão reabrindo, outros ainda fechadas.
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Aí, neste cenário, tem gente que vai querer tirar TODA A DIFERENÇA de dois meses parado, e voltar com TUDO! Por favor, MUITO, mas MUITO cuidado! Diversos estudos têm mostrado diminuição da aptidão física com o destreinamento, e a #quarentena pode acentuar isto.
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Um editorial publicado na JOSPT mostrou dados bastante preocupantes com o retorno à prática após #LockDown. Na liga de futebol americano ocorreu um lockdown entre 11 de março e 25 de julho de 2011, quando eles foram obrigados a entrar em um período “off season” sem acesso a treinadores, preparadores físicos e profissionais cuidando de suas saúdes por 18 semanas. Entre 27 de julho e 11 de agosto eles voltaram com TUDO para uma pré-temporada competitiva, e deu merda.
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Entre 1997 e 2002 ocorriam cerca e 5 rupturas no tendão do calcâneo (tendão de Aquiles) POR ANO. Na temporada 2008-2009 foram 6 rupturas e na temporada 2010-2011 foram 10 rupturas ao longo de TODA A TEMPORADA. Neste cenário, perto de 35% delas ocorrem na pré-temporada e os outros 65% ao longo da temporada regular.
Porém, após o LOCKDOWN de 2011, em apenas 12 dias de retorno aos treinamentos ocorreram DEZ lesões no tendão de Aquiles, e depois mais 2 lesões nos 17 dias seguintes, ou seja, 12 rupturas em UM MÊS! Ou seja, houve um AUMENTO de 4x na incidência de lesões quando o retorno à prática foi “apressado”.
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Os autores do texto deixam claro que há necessidade de um período de retorno gradual que pode durar de 6 a 8 semanas. .
Portanto, se você não treinou em casa, e está voltando agora para as academias, vá com calma! Não tente tirar a diferença rapidamente, para que teu PROJETO VERÃO não vire um PROJETO REABILITAÇÃO.

Post de @fabricioboscolo
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doi:10.2519/jospt.2011.0107

 

 
 
 
 
 
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