O que é taxa metabólica basal e repouso? Qual a diferença?

Escrito pelo Prof. Esp e MBA Danilo Luiz Fambrini

Durante os anos de graduação na faculdade e/ou em ambientes de prática de exercícios físicos, ouvimos falar em taxa metabólica, e em especial, taxa metabólica basal, mas afinal, do que se trata? Qual a sua importância?

Os relatos sobre o conceito de Taxa Metabólica Basal e Taxa Metabólica de Repouso não apresenta tantas alterações. Abaixo relataremos a opinião de diversos autores acerca dos termos.

A taxa metabólica basal (TMB), segundo alguns autores, é a quantidade de energia necessária para a manutenção das funções vitais do organismo, sendo mensurada em condições padrão de jejum, repouso físico e mental em ambiente tranqüilo com controle de temperatura, iluminação e sem ruído (Bursztein et al., 1989; Garrow, 1974; Harris & Benedict, 1919).

Outros autores mencionam apenas que a TMB mede a quantidade mínima de energia necessária para manter as funções fisiológicas em repouso (POEHLMAN et al., 1993; WESTERTERP, 2001).

Melby et al. (1993) menciona que a taxa mínima de energia consumida para manter as funções fisiológicas no estado de repouso é conhecida como a Taxa Metabólica de Repouso (TMR).

Como mensurar?

Segundo Wahrlich & dos Anjos (2001(, desde o século XIX, a medição da TMB é feita através da determinação da quantidade de calor produzida pelo organismo (calorimetria direta) ou pelo cálculo de calor indiretamente (calorimetria indireta) a partir do consumo de oxigênio (VO2) e excreção de gás carbônico (VCO2) tanto para fins diagnósticos quanto nutricionais. Entre tanto, somente a partir do estudo de Ha r ris & Benedict, em 1919, é que houve uma tentativa de sistematização das informações existentes sobre o metabolismo basal com o desenvolvimento de equações de predição da TMB, a partir de medidas antropométricas, já que a calorimetria não era muito disponível.

Já Avesani, Santos & Cuppari (2002) e Jhonson (2002) relatam que o cálculo do GEB ou da taxa metabólica basal (TMB) é realizado logo após o paciente acordar, em repouso total e jejum de 10 a 12 horas. Ele não deve realizar atividade física no dia anterior para não influenciar no resultado. A massa corporal magra tem sido considerada como a principal determinante do GEB, podendo explicar as diferenças entre mulheres e homens. Alguns fatores que afetam o GEB são: idade, sexo, composição corporal, estado fisiológico e nutricional. Cerca de 60 a 75% do gasto energético diário corresponde ao GEB. Devido a medida de GER ser mais prática, comparada com o GEB, é a mais utilizada.

Qual a diferença?

A TMR é a energia gasta em condições similares ao gasto energético basal que é definido como a taxa mínima de energia gasta em 24 horas, correspondendo à energia gasta para manter o funcionamento normal do organismo, como respiração, circulação sangüínea, conservação da temperatura corpórea, dentre outros. A diferença entre ambos é que, no TMR, o indivíduo deve permanecer em repouso por 30 minutos para neutralizar a atividade física exercida até o local do exame e não estar em jejum, no entanto, deverá respeitar um intervalo de 4 horas desde a última refeição. Desta maneira, esta medida pode ser realizada a qualquer horário do dia. O TMR é 10% mais elevado do que o TMB devido ao efeito térmico do alimento (energia gasta para digestão) e à influência da atividade física, mesmo que mínima (AVESANI, SANTOS & CUPPARI, 2002; JHONSON, 2002).