A influência do treinamento intervalado de alta intensidade (HIIT) sobre o Diabetes tipo II

Escrito pelo Prof. Especialista, MBA e mestrando Danilo Luiz Fambrini

       O exercício físico praticado de forma regular é uma alternativa muito interessante para prevenção e tratamento do Diabetes tipo II (DT2) (COLBERG et al., 2010). A maioria dos estudos relatam benefícios com cargas baixas ou moderadas e volumes mais prolongados, normalmente com caminhadas, corridas ou andar de bicicleta por 30 minutos.

      O treinamento intervalado de alta intensidade (HIIT) tem surgido como uma possível alternativa eficiente para tratamento do DT2. Recentemente a Associação Americana de Diabetes atualizou suas recomendações e sugere 150 minutos semanais de atividades moderadas e/ou vigorosas (COLBERG et al., 2010).

      O HIIT se da por séries intensas de exercícios repetitivos separadas por intervalos e tem mostrado bons resultados em pacientes com Síndrome metabólica, insuficiente cardíaca e pulmonar (EARNEST, 2000), o que aumenta ainda mais a possibilidade de ser eficiente em pacientes com DT2.

      Estudos encontraram que em apenas duas semanas utilizando baixos volumes e alta intensidade no treinamento já são suficientes para começarem a aparecer os benefícios, sendo eles a maior resistência a glicose (BABRAJ et al., 2009) e maior sensibilidade da insulina (RICHARDS et al., 2010), permitindo assim, um melhor controle do Diabetes.

      Jhonatan et al. (2011) avaliaram indivíduos com Diabetes tipo II durante 2 semanas com 3 sessões de HIIT semanais com 30 minutos em exercício e 60 minutos total de sessão. Os autores encontraram redução da taxa glicêmica 24 horas após a sessão e o aumento da glicemia que é comum após a refeição também foi reduzida significativamente. Além disso, relataram aumento da síntese protéica e redução da frequência cardíaca após o período de treinos.

     Os achados mostraram que o tempo em atividade que totalizava 90 minutos é inferior as diretrizes citadas anteriormente e tiveram resultados muito interessantes, o que sugere que o HIIT pode proporcionar os mesmos benefícios com um tempo menor em atividade.

     Levando em consideração que poucas pessoas alcançam 150 minutos semanais de atividades moderadas/vigorosas, um fator que é determinante para isso é o tempo (TROST et al., 2002). Com os proveitosos resultados encontrados em menor tempo de atividade, torna a pratica ainda mais interessante.

Aparentemente, treinamentos com intensidade alta e menor volume tem resultados positivos em indivíduos com Diabetes tipo II, sendo uma alternativa muito interessante para pessoas que não tem muito tempo ou não são apreciadores de exercícios físicos prolongados.