Existe diferença no desequilíbrio muscular de Futebolistas de acordo com posição que atua?

Escrito pelo Prof. Especialista, MBA e mestrando Danilo Luiz Fambrini

O futebol tem em sua composição diversos movimentos que acabam impondo uma assimetria de força entre os membros inferiores (mmii), podendo ser chutes, passes, movimentação, etc (MAGALHÃES et al., 2004). Os atletas sempre optam por uma perna para receber essa sobrecarga (FOUSEKIS et al., 2010).

Prática eficiente para a capacidade cardiorrespiratória, coordenação motora, e melhoria de capacidades físicas como velocidade, força muscular, potência. Porém, o futebol em sua pratica de forma profissional, devido a movimentos repetitivos diariamente, podem ocasionar maior risco de lesões influenciados pela assimetria ocasionada (GRACE et al., 1984).

      Com base no que foi comentado acima, alguns autores visaram avaliar a possibilidade de assimetria muscular e existe divergência nesse assunto. Forsekis et al. (2010), Rahnama et al. (2005) e Capranica et al. (1992) encontraram assimetria, enquanto Magalhães et al. (2004), Mognoni et al. (1994) e Bennell et al. (1998) não encontraram diferenças significativas entre os membros inferiores.

    Dessa forma, o que pode indicar a razão da existência ou não da assimetria muscular no futebol são as ações impostas pelo posicionamento do atleta em campo (WEBER et al.,2010).

       Carmo et al. (2013) avaliaram 164 atletas profissionais de futebol em pré temporada avaliando a força e índice de fadiga de extensores e flexores de joelho separados por posição. Os autores não encontraram diferenças significativas comparando as posições em nenhuma das variáveis, o que sugere não ter influência na ação do atleta em jogo se o treinamento for semelhante. Magalhães et al. (2010) e Goulart et al. (2007) obtiveram resultados semelhantes anteriormente.

      Outro resultado relevante obtido nesse estudo, foi que os atletas tinham um desequilíbrio inferior a 10%, o que sugere, menor risco de lesões musculares (Leia sobre os métodos de avaliação de desequilíbrio muscular e entenda).

    Tourny-Chollet et al. (2000), comparando o déficit bilateral entre as posições, encontrou maiores diferenças entre meio campistas e atacantes em comparação aos defensores. O estudo contou com apenas 21 atletas e foram separados em defensores, meio campistas e atacantes o que pode ter influenciado nos resultados.

      Flexores de joelho normalmente tem maiores índices de fadiga em comparação a extensores de joelho (CARMO et al., 2013). O fator que pode explicar esse fato é a maior proporção de fibras tipo II nos flexores de joelho, que são menos resistentes, enquanto no quadríceps é predominante a existência de fibras tipo I, caracterizadas por terem maior resistência (GARRET, 1984). O elevado índice de isquiotibiais pode explicar a maior ocorrência de lesões nessa região no segundo tempo de partida, enquanto a incidência é muito inferior no quadríceps (EKSTRAND et al., 2011; FOUSEKIS et al., 2011).

Aparentemente a rotina de treinamento tem maior influência sobre a assimetria na força de jogadores de futebol do que a função que o atleta apresenta nas partidas.

Referência da imagem:sportskeeda