O poder do exercício físico para idosos.

Escrito pelo Prof. Esp, MBA e mestrando Danilo Luiz Fambrini

        A redução de força muscular decorrente do avançar da idade traz limitações funcionais para os idosos, assim, dificultando suas atividades diárias e o tornando dependente das pessoas que os cercam. Programas de Treinamento com Pesos são bem aceitos como forma de recuperar parte da força perdida com o desuso e o passar do tempo (SILVA, FARINATTI, 2007).

        A força muscular maxima normalmente é alcançada entre a segunda e terceira decada de vida e mostra um leve declinio até os 50 anos, a partir dai, as reduções se tornam mais acentuadas sendo de 12 a 15% por década. Estes fenômenos podem ser resultados da redução de atividade física, denervação, mudanças hormonais, alimentação inadequada, e várias doenças com o aumento idade (SILVA, FARINATTI, 2007).

        Além disso, a falta de força muscular na população idosa parece ser o principal fator responsável pelas quedas em idosos (DIAS et al., 2006).Segundo os posicionamentos do ACSM (2009) e vários estudos a prática sistemática de treinamento com pesos (TP) em idosos, pode promover aumento da força, da massa muscular, da potência e da flexibilidade.

        Em diversos estudos citados por Dias et al (2006) o treinamento com pesos tem mostrado resultados positivos quanto a redução significativa de gordura corporal em homens e mulheres de 60 anos após 25 semanas (HUNTER et al., 2001), e em 12 semanas com idosos de 56 a 80 anos (CAMPBELL et al.,1994).

        Proctor et al. (2000) encontraram reduções semelhantes em homens e mulheres, tanto no componente mineral ósseo, quanto na massa corporal magra total, mesmo em idosos praticantes de exercícios físicos de predomínio aeróbio ou com pesos. Entretanto, ao ser comparado o efeito do TP realizado por 24 semanas em alta intensidade (70 a 90% de 1-RM) vs baixa intensidade (40 a 60% de 1-RM), observou-se que os dois tipos de treinamento foram suficientes para aumentar a densidade óssea do trocanter femoral (Reduzindo risco de fratura no fêmur) em homens com idade entre 50 e 60 anos. Contudo, somente o treinamento realizado em alta intensidade foi  suficiente para aumentar a densidade óssea da área da coluna (DIAS et al., 2006). O TP de alta intensidade é um potente estímulo para o aumento da concentração de testosterona como resposta aguda. Dessa forma, possibilitando o ganho de massa magra mesmo com idade avançada. (CADORE et al., 2008).

       Indivíduos diabéticos podem se beneficiar do treinamento com pesos, 6 meses de treinamento tem sido mostrado como suficiente para aumentar a ação da insulina em indivíduos mais velhos (64 a 74 anos) resistentes à insulina como resultado da inatividade física e da obesidade (FLECK & KRAEMER, 2006).

           Alguns mecanismos  podem ser responsáveis pelo aumento da testosterona induzido pelo exercício, entre esses a atividade simpática aumentada em resposta ao exercício e o fluxo sangüíneo e a vasodilatação relacionada à liberação de óxido nítrico aumentando a liberação do hormônio (SCHWALA & KLEINB, 2008; LENTI et al., 2011; CADORE et al. 2011).

        A economia de energia que pode ser definida como a menor ativação muscular necessária para executar o mesmo movimento com a mesma carga foi observada em indivíduos idosos após um período de treinamento de força (CADORE et al. 2011).

        Exercícios que gerem estresse mecânico regular podem ser positivos pela criação de pequenos ganhos de massa óssea nessas áreas aumentando assim formação óssea pelos osteoblastos próximos (SCHWALA & KLEINB, 2008; LENTI et al., 2011).

Sugere-se a pratica de treinamento resistido para idosos, desde que sejam observadas suas limitações e os riscos, para um melhor desenvolvimento dos benefícios e de forma segura.

Referência da imagem: Novosite