Escrito pelo Prof. Esp e MBA Danilo Luiz Fambrini
Nos últimos anos o consumo de bebidas energéticas tem crescido muito no mundo inteiro. As bebidas energéticas tem sido adquiridas para diversas finalidades, podendo ser para melhorar o desempenho esportivo, para aumentar capacidade de concentração enquanto dirige, estuda ou trabalha e ainda como forma de mistura em bebidas alcoólicas. Focaremos na utilização desta para a melhoria do desempenho atlético e seus efeitos.
Energéticos são utilizados para fim ergogênico (recurso para melhoria do desempenho) e seus ingredientes primários na composição são normalmente a cafeína, taurina e ácido cítrico, sendo que a cafeína tem maior destaque (FRACES et al 2010).
A cafeína é encontrada na vida cotidiana com facilidade por meio de bebidas e alimentos (RYOO SEUNG-PIL et al., 2002), porém, merece cuidado com a quantidade ingerida. A utilização excessiva desses produtos pode ocasionar efeitos como insônia, ansiedade, aumento da frequência cardíaca e ainda a dependência (MELANIE et al, 2010).
Quando a cafeína é absorvida pelo corpo, estimula o sistema nervoso simpático que permite o corpo a se adaptar ao estresse criado pelo exercício físico. No coração, solicitará a secreção de norepinefrina e epinefrina, assim, aumentando a taxa de força nas contrações musculares. Elevam também os níveis de força cardíaca, assim, aumentando a pressão arterial e frequência cardíaca (Lee Hye-won, 2000).
A produção de Catecolamina no consumo da cafeína, disponibiliza ácidos graxos (gordura) como fonte de energia para a execução da tarefa, o que aumenta o desempenho durante exercício (JO & LEE, 1998).
Em seu estudo, Reissig et al. (2009), encontrou efeitos colaterais após consumo de quantidades elevadas de cafeína, nas quais superavam os valores de 3mg/kg, sendo elas: ansiedade, insônia, estresse elevado.
Estudos procuraram encontrar os efeitos das bebidas contendo cafeína no desempenho. Pesquisa utilizando o RedBull precedendo a atividade mostraram melhora do desempenho com relação á distância percorrida em corrida (ALFORD & COX, 2001). Já o mesmo produto não contendo açúcar não teve o mesmo desempenho (DARREN et al., 2009)
Gregory et al. (2002), analisaram os efeitos no desempenho com a utilização de Coca-Cola que continha apenas 1,9mg/kg e carboidratos., e tiveram resultados significativos no desempenho em corrida.
Com o resultados que apresentamos, sugere-se que baixas quantidades de cafeína necessitam da combinação com carboidratos para ter um efeito ergogênico significativo. A grande preocupação se da por conta de possíveis problemas cardíacos, onde a população se mostra receosa, porém, tanto o estudo de Gregory et al. (2002), quanto de Janae et al. (2011) e Min An et al. (2014), não apresentaram diferenças significativas na frequência cardíaca em repouso e em exercício comparando grupo sem utilização de cafeína e utilizando. Frances et al. (2010) comparou o consumo de RedBull com concetrações diferentes de cafeína, um grupo com menos de 2mg/kg e outro com mais de 3mg/kg, onde no grupo com maior concentração, teve alteração na frequencia cardíaca de repouso.
Os achados sugerem que concentrações baixas de cafeína combinadas com carboidrato podem ocasionar resultados ergogênicos sem haver alterações cardíacas.
Sugestões com relação a quantidade de cafeína
Segundo Min An et al. (2014), a ingestão mínima diaria seria de 10 a 20 mg, ingestão normal de 50 a 100mg, consumo elevado (150-400mg) e ingestão excessiva (superior a 400mg).
O autor relata que os valores são de base e que variam de pessoa para pessoa, logicamente que pessoas que costumam consumir produtos cafeínados tem tolerância maior em comparação aos outros.
Referência da imagem: vivamilbrasil