Sugestões de exercício físico e sua importância na vida do paciente com Câncer

Escrito pelo Prof. Esp e MBA Danilo Luiz Fambrini

Uma das doenças mais temidas pela população mundial, o Câncer é motivo de cuidados frequentes e acomete um número cada vez mais elevado de pessoas no Mundo. Apesar de seu número crescente, diversas pessoas foram capazes de superar tal patologia e puderam seguir suas atividades naturalmente.

Para se ter uma noção da dimensão da possibilidade de superação da doença, a Sociedade Americana do Câncer (2013), relata que 13,7 milhões de americanos tiveram sucesso em seu tratamento contra o Câncer. Os avanços da medicina tem permitido o aumento do índice de sobreviventes a patologia, que acomete cerca de 1 milhão de novas pessoas ao ano e gradativamente notamos o aumento da taxa de sobreviventes (HANNA et al., 2008; DURSTINE et al., 2009).

O exercício físico gradualmente vem aparecendo como parte da prevenção e até mesmo do tratamento de Câncer, onde altera funções imunológicas tornando os praticantes menos sujeitos ao surgimento da patologia, fator que exige conhecimento dos profissionais relacionados á pratica esportiva (KING, MARKS e MANDELL, 2003, ROGERS et al., 2008).

Para iniciarmos a questão de tratamento do câncer, saiba um pouco mais da origem desta patologia e os tratamentos.

Etiologia e tratamento do Câncer

Os tumores, ou neoplasias, são denominadas células que crescem fora do controle dentro do corpo humano. De forma geral existem quatro tipos de neoplasias: Carcinomas, leucemias, linfomas e sarcomas.

Carcinomas são uma classe de cancros que englobam, próstata, mama, cólon, pulmão e do colo do útero, entre outros. Leucemias são cânceres do sangue, enquanto consideramos que os linfomas são cânceres de o sistema

imunológico. Por fim, os sarcomas normalmente afetam os vários tecidos conjuntivos do corpo (DURSTINE et al., 2009).

É pensado por autores que as neoplasias são ocorrentes de acumulo oxidativo nas células, podendo ocorrer devido a um resultado de exposição a toxinas, vírus, e dano celular proveniente de queimaduras, fumar, peso excessivo, excessivo estresse, falta de atividade física, e má alimentação (DURAK e LILLY, 1996; COURNEYA et al., 2006)

Tradicionalmente são três os tipos de tratamento para câncer, sendo eles: cirurgia, quimioterapia e radiação. Os tratamentos são dependentes da localidade e nível da neoplasia, sendo determinado pelo médico Oncologista. O carcinoma é tratado por quimioterapia ou radiação. A quimioterapia é muito utilizada no tratamento de leucemia e linfomas, enquanto sarcomas são tratados normalmente por radiação (KOURNEYA, JONES e MACKEY, 2006).

Intervenção do Exercício

O exercício físico tem sido utilizado como forma de prevenção, parte do tratamento e para controle dos efeitos colaterais ocasionados pelas intervenções hospitalares, em especial em carcinomas (DURSTINE, 2009).

A fadiga muscular é um dos efeitos colaterais mais aparentes durante tratamentos, em especial, na quimioterapia, e o exercício físico tem se mostrado interessante para neutralizar parte dessa sensação incômoda (MOCK et al., 2001).

Outra questão levantada como benefício do exercício físico, além de controlar os efeitos colaterais dos tratamentos, é a melhora dos fatores psicossociais, onde o acometido pela doença se sente melhor entre outras pessoas, além de se sentir mais animado (DURSTINE, 2009).

Considerações sobre prescrição de exercício

A atenção na prescrição dos programas de exercícios físicos são determinantes nos resultados positivos que esses são capazes de alcançar.

Uma boa instrução é capaz de potencializar a níveis muito interessantes a atividade.

Com relação a prescrição visando minimizar a fadiga muscular, autores sugerem que a utilização de exercícios cardiorrespiratórios com próximo dos 60% da frequência cardíaca máxima é uma atividade segura para pacientes com câncer (ADAMSEN et al., 2004, WINZER et al., 2011), porém, tais valores podem variar, é necessário o acompanhamento detalhado do caso.

A depressão é algo que ocorre com frequência em pacientes com tal patologia, e pode derivar da impossibilidade em realizar determinadas tarefas. Portanto, a utilização de exercícios onde o praticante possa executar o auxilia nesse processo, além da liberação de endorfina e serotonina, amenizando esse quadro (ADAMSEN et al., 2003; COURNEYA, 2003).

A modulação do plano de treinamento deverá levar em consideração as etapas do tratamento, podendo oscilar demasiadamente a disposição do paciente (METZ, 2015).

Treinamento com pesos

É recomendado que o treinamento com pesos (musculação ou treinamento resistido) dê preferência a exercícios multiarticulares (como agachamento), e devido a fadiga ocasionada pelos tratamentos, deve ter uma sobrecarga que não seja exagerada e um intervalo de 48-72 horas entre as sessões de treinamento.

Deve-se utilizar solos estáveis e movimentos simples no inicio das atividades, progredindo conforme a segurança do praticante (METZ, 2015).

Treinamento cardiorrespiratório

O treinamento cardiorrespiratório segue um mesmo processo de elaboração do treinamento com pesos. Devido aos efeitos da quimioterapia, um protocolo interessante para ser adotado seria intermitente. Um exemplo que Metz (2015) sugere é de 5 minutos em atividade e 5 minutos em descanso para iniciar as atividades.

A escolha do solo é determinante, onde superficies planas são as mais indicadas devido as condições mais frageis dos pacientes, tornando assim, a atividade mais segura, reduzindo o risco de acidentes que o impeça de seguir se exercitando.

Treinamento de equilíbrio e flexibilidade

Estudos tradicionais infelizmente não tratam sobre treinamento de equilíbrio e flexibilidade, no entanto, médicos oncologistas tem destacado a importância destes e sugerem a utilização de Pilates e Ioga (Yoga) para essa população.

Considerações

De maneira geral, a introdução do exercício físico na rotina da população é fundamental para a prevenção de fatores de risco de câncer e para auxiliar no tratamento do mesmo. Cada individuo responde aos tratamentos de maneira diferente, onde o profissional responsável deve se atentar e progredir o treinamento de acordo com o conforto do aluno.