Escrito pelo Prof. Esp e MBA Danilo Luiz Fambrini
Na atualidade, a dieta vegetariana vem ganhando espaço por diversos fatores, podendo ser elas: Motivação religiosa, fisiológica e anatômica, espiritual, saúde, ecológica, entre outros. (DE BIASE et al., 2007).
A dieta vegetariana ter por caracteristica a ausência de produtos de origem animal, ou sintetizando, peixe e carne. Dentro desse estilo de vida, existem derivações: Ovo-lacto-vegetariano tem alimentação baseada nos cereais, hortícolas, frutas, frutos secos e sementes, como também laticínios e ovo; Lacto-vegetariano exclui ovos, carne (incluindo a carne branca), peixe e marisco, utilizando só o leite como complemento aos vegetais; e por fim o Vegan ou também chamado de vegetariano total, nesse conceito o praticante exclui todos os produtos de origem animal incluindo os seus derivados (ovos e laticínios) (NIELSEN, 2007).
A alimentação dos atletas é diferenciada do restante da população devido á sua necessidade diferenciada por nutrientes, sendo variável de acordo com a atividade e a intensidade (TIRAPEGUI, 2005).
Segundo Ferreira, Burini e Maia (2006), as dietas vegetarianas tendem a atingir níveis elevados de carboidratos ocasionando melhor síntese de glicogênio não sendo obrigatória a suplementação de macronutrientes. Porém, as proteínas de origem vegetal são consideradas incompletas com relação a composição de aminoácidos.
Segundo a American Dietetic Association (2011), dietas vegetarianas oferecem alguns benefícios nutricionais, como o baixo consumo de gorduras saturadas e colesterol e o controle desses marcadores. Entretanto, tal dieta sem acompanhamento devido ou restritiva demais durante exercício pode provocar deficiências nutricionais.
O papel do profissional nutricionista é de suma importância no acompanhamento dos praticantes da dieta vegetariana para que tenha um balanço energético apropriado sem ocasionar prejuizos (WINCKLER, 2004).
Deve-se ter uma atenção especial para a ingestão protéica em indivíduos vegetarianos. O consumo deve ser superior ao valor recomendado para sujeitos que consomem carne, pois, algumas fontes de proteína dessas dietas tem difícil digestão devido á cereais e legumes (WINCKLER, 2004).
Vegetarianos que se alimentam com leite e ovos, não necessitam de combinações alimentares que incluam alimentos protéicos completos. Leite e seus derivados e ovos contém todos os aminoácidos essenciais necessários para as funções como crescimento, reparo e manutenção de tecidos (OLIVEIRA; CUNHA; MARCHINI, 1996).
Com relação ao mineral ferro o organismo humano tem maior dificuldade em absorver o ferro originado dos vegetais em comparação ao de origem (KLEINER, 2002). A utilização exagerada de ferro superando a dosagem de 75mg por atletas não é recomendada por poder ocasionar interferência na absorção de zinco, assim, surgindo entre alguns problemas a dificuldade em cicatrização, deficiência na força e na resistência muscular . (KLEINER, 1998). A suplementação de ferro deve ocorrer apenas quando a deficiência, pois, quando ocorre sem necessidade pode gerar problemas podendo chegar até a formação de câncer no intestino provenientes da alta concentração de radicais livres (SLYWICH, 2006).
O leite é considerado a mais eficiente fonte de cálcio. A quantidade de cálcio ingerida não é um problema para os vegetarianos que usam leite e queijos regularmente e costuma ser mais adequada do que de indivíduos onívoros. Entretanto, para os veganos a ingestão costuma estar abaixo do recomendado (entre 500 a 700 mg/dia). (VITOLO, 2008).
Os suplementos nutricionais não são bons substitutos para os alimentos, porém, no caso do zinco e do ferro, por estarem baixos em uma dieta vegetariana. A suplementação diária de zinco em níveis de 100% da recomendação é uma boa segurança contra deficiências. (KLEINER, 2002). Farinha de trigo integral, leguminosas, leite e derivados e linhaça são exemplos de alimentos ricos em zinco. (SLYWITCH, 2006).
Portanto, para ser saudável, a dieta vegetariana necessita de planejamento e equilibrio, sendo adaptada para cada situação, entre eles a gestação, lactação, infância e adolescência, além de proporcionar suporte adequado ao desempenho esportivo. (FERREIRA; BURINI; MAIA, 2006).
Referencia da imagem: animanaturalis