Comparação entre métodos de avaliação da postura corporal

Escrito pelo Prof. Esp e MBA Danilo Luiz Fambrini

Existe um consenso entre os profissionais da área da saúde acerca da importância da avaliação de desequilíbrios posturais em suas rotinas de avaliação física (FEDORAK et al., 2003).

A avaliação postural tradicional aprendida durante a graduação especialmente aplicada por Fisioterapeutas, mas também por outros profissionais da área da saúde, destacando os profissionais de Educação Física, é feita de forma visual, onde o avaliador identifica alterações de curvatura na coluna vertebral e assimetrias no plano sagital e frontal (anterior e posterior) de forma qualitativa (CARADONNA e ALVES, 1997; BRICOT, 2001).

Recentemente vários profissionais tem usado o método de imagem fotográfica em suas avaliações para documentar desvios posturais (NORMAND et al., 2002). A sua utilização ocorre por alguns profissionais, de forma qualitativa, ou seja, apenas utilizado para identificar a alteração postural, sem identificar exatamente em valores o quão existente é este desvio (PENHA et al., 2005). No entanto, o avançar da tecnologia surge a possibilidade de utilizar fotografias analógicas ou digitais para uma avaliação postural quantitativa, por meio do método denominado fotogrametria ou bioestriometria (TOMMASELLI et al., 1999), visando identificar o grau exato de desvio.

Considerando que a avaliação qualitativa não permite identificar com exatidão a evolução do avaliado e podendo ter alterações de resultados por diferentes avaliadores (FEDORAK et al., 2003), o método fotográfico surgiu com o uma alternativa interessante para minimizar tais fatores, no entanto, o método precisa de maior validação.

Diversos autores, preocupados com a confiabilidade do método, forneceram estudos avaliando diferentes segmentos corporais e obtiveram resultados interessantes, com mínimas variações no método, considerando-o confiável (SATO et al., 2003; IUNES et al., 2005; RIBEIRO et al., 2006).

Mas qual dos métodos será mais interessante? Visual ou Fotográfico?

Iunes et al.(2009) realizaram um estudo onde visava o comparativo entre os dois métodos. Os autores utilizaram 21 voluntários e 3 avaliadores, visando analisar a semelhança entre ambos e se existe diferença de resultados entre os avaliadores.

Com relação a avaliação postural visual, quando se refere a concordância da avaliação entre os avaliadores em marcadores posturais da face, região anterior e posterior. Os resultados apresentados mostram que não houve concordância em algumas variáveis, sendo as diferenças mais acentuadas quando foram analisadas as avaliações da face.

No entanto, quando foram analisados os dados relacionados a avaliação postural pela fotogrametria, foi encontrada concordância em todas as variáveis, inclusive as que na avaliação postural visual obtiveram resultados de não concordância.

Quando os pesquisadores buscaram comparar os dois métodos visando analisar a concordância entre eles, foi notada uma discordância elevada, onde dos 8 pontos corporais comparados, apenas 3 obtiveram concordância entre os métodos pesquisados.

Os dados de Iunes et al. (2009) sugerem que o método fotográfico seja mais confiável e detalhado comparado ao método visual. Poucos são os estudos que testam a fidelidade dos dados do método fotográfico no entanto os achados seguem os mesmos resultados encontrados por Farkas e Bryson (1980) e Sato et al. (2003).

Considerações

Com os dados encontrados na literatura, podemos indicar que o método fotográfico se mostra seguro e constante mesmo sendo executado por diferentes avaliadores. O feito não ocorre com o método visual, onde existe muita influência interpretativa do avaliador.