Contribuições do exercício físico adaptado na qualidade de vida de pessoas com deficiência física

Escrito pelo Prof. Esp e MBA Danilo Luiz Fambrini

Atualmente é natural a busca da população pela prática de exercícios físicos com os mais diversos objetivos, desde motivos de saúde até fatores estéticos. O estilo de vida ativo não é exclusivo de pessoas sem limitações, mas para todos, e diversos exercícios são possíveis com certas adaptações, tanto para crianças, idosos, mas principalmente, para deficientes físicos.

Dados recentes divulgados pelo IBGE indicam que 14,5% da população brasileira tem alguma deficiência, sendo que 7% (pouco mais de 13 milhões de pessoas), tem algum comprometimento motor (IBGE, 2010).

A prática de exercícios físicos adaptados, em especial, os desportivos, são praticados desde a Grécia antiga, porém, fortemente divulgada somente após o término da Segunda Guerra Mundial, demonstrando seus benefícios psíquicos, sociais e físicos (SOUZA, 1994). No Brasil, a história iniciou em 1958, com o intuito de prevenção de doenças e aumento da capacidade funcional (PEDRINELLI, 1994).

Considerando a dificuldade de acessibilidade, a baixa auto-estima, e sensação de exclusão que era muito acentuada no passado, fez com que as atividades voltadas para os deficientes físicos fossem aprimoradas, incluindo-os a modalidades esportivas adaptadas, permitindo melhorar sua capacidade funcional, qualidade de vida, bem estar emocional, entre outros benefícios, minimizando os fatores negativos (NAHAS, 2006).

Pensando no estado psicológico, a prática de atividades adaptadas, sendo esportivos ou não, oferecem grandes benefícios por se tratar de um desafio para superação de seus próprios limites (DUARTE e LIMA, 2003), dentro de suas possibilidades, com auxílio de uma boa avaliação física precedendo a prática.

Teodoro et al. (2014), buscou em seu estudo, comparar dois grupos de deficientes físicos, onde um era fisicamente ativo e outro sedentário. Os

pesquisadores obtiveram diferenças significativas com relação a dor e desconforto, onde os praticantes de exercícios físicos demonstraram sentir menor desconforto com relação a sedentários, resultado também encontrado por Souza (2009), que relata o efeito analgésico do exercício físico para essa população.

Com relação a energia e fadiga, os praticantes de exercício físico mostraram mais disposição, consequentemente, menor fadiga durante a prática, o que pode ser explicado pelo exercício permitir um sono mais profundo e regenerador durante a noite (MELLO et al., 2005).

Os resultados de fatores psicológicos também foram superiores em praticantes de exercícios físicos adaptados. As práticas de atividades físicas auxiliam na produção de hormônios responsáveis pela sensação de bem-estar e combate a depressão, como as endorfinas e catecolaminas (FISCHINGER 1984).

Considerações

A prática de exercícios físicos é uma potente ferramenta para a melhoria da qualidade de vida de pessoas com deficiência física, pois, permite uma melhor auto-estima, prevenção de doenças, integração social, melhora na relação afetiva, e permite a prática esportiva a nível competitivo.