Escrito pelo Prof. Especialista, MBA e mestrando Danilo Luiz Fambrini
Com o passar dos anos e o processo de envelhecimento, diversas adaptações funcionais e estruturais ocorrem no sistema cardiovascular o que leva a um aumento da pressão arterial em repouso (LEWINGTON et al., 2002).
Nessa fase da vida, existem diferenças nos níveis pressórico de repouso entre os gêneros, onde em mulheres tende a ser mais elevadas e levar ao maior índice de hipertensão arterial (HA). Tal feito ocorre normalmente a partir da quinta década de vida (CESARINO et al., 2008).
Devido a essas alterações, medidas direcionadas para o controle e prevenção da hipertensão arterial tem sido tomadas, já que é um fator de risco de mortalidade se alcançar níveis elevados. Tal preocupação se da principalmente em indivíduos limítrofes, já que é uma população com tendência a adquirir a patologia (Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2010).
Melhor que haver a intervenção apenas quando já existe a hipertensão arterial, é a prevenção.
Uma estratégia muito recomendada para idosos é a pratica regular de exercícios físicos, por se tratar de uma pratica com diversos benefícios funcionais e metabólicos nessa população, exercendo a função de controle da HA e de prevenção (ACSM, 2009).
Existe controvérsias na literatura quanto ao efeito crônico do treinamento com pesos sobre a pressão arterial de repouso em idosos normotensos.Wood et al. (2001) não encontraram diferenças significativas na pressão arterial sistólica (PAS) e na pressão arterial diastólica (PAD), enquanto outros estudos encontraram diferenças separadamente em PAS (Simons e Andel, 2006) e PAD (Stewart et al., 2005), e ainda outro que encontrou efeitos em ambos (SALLINEN et al., 2005).
Os fatores que diferem os resultados entre os estudos estão relacionados com a escolha da população (homens e mulheres na mesma analise), intensidade de treinamento, tempo de analise, entre outros.
Gurjão et al. (2013), levando tais fatores em consideração, procurou padronizar um método de treinamento e utilizar apenas mulheres idosas em sua pesquisa para assim, reduzir ao mínimo as interferências e buscar um resultado realista. Os autores relataram redução significativa de PAS em repouso após o período de 8 semanas que foi proposto no estudo, houveram também ligeiras reduções de pressão arterial média e PAD segundo os autores.
Tais achados nos levam a possibilidade do treinamento com pesos ser muito interessante para o controle da PAS em repouso, que por sua vez, tem sido reportado como responsável pela redução de 40% de acidentes cerebrovasculares e 15% do risco de infarto agudo do miocárdio.
Polito et al. (2009), destaca que a possibilidade do treinamento com pesos ser eficiente sobre o controle da pressão arterial, se da pelo ganho da força muscular, o que, para o autor, pode ocasionar menor ativação muscular e demanda metabólica, ocasionando menor esforço para um mesmo esforço.
O menor esforço pode acarretar alterações hemodinâmicas, levando ao menor estresse cardiovascular durante um esforço moderado em idosos (LOVELL et al., 2009). Outros efeitos positivos associados ao treinamento com pesos é que age como um protetor contra a síndrome metabólica e obesidade.
O treinamento com pesos é uma interessante medida para o controle da pressão arterial em idosos normotensos, dessa forma, podendo gerar maior saúde para indivíduos na melhor idade.
Referência da imagem: doutorcoração