Efeitos do exercício físico sobre as dores crônicas.

Escrito pelo Prof. Me. Danilo Luiz Fambrini

                A dor, seja ela de qualquer origem, é algo que o ser humano procura evitar, e é considerada uma experiência pessoal e subjetiva, não tendo como outra pessoa determinar ou prever o grau de dor que o outro sente. A dor é uma interpretação de um estimulo nocivo no qual tem função de alertar o sujeito sobre algum problema maior que está por acontecer se não houver cuidados (AHLBERG-HULTEN et al., 1995; CASTRO et al., 2010).

            Dentro de um contexto a dor pode ser classificada como aguda ou crônica. A dor aguda se da normalmente por uma lesão no organismo e tem curta duração, logo após a sua cicatrização a dor desaparece. Já a dor crônica (CID 10), se da por uma dor prolongada que sua causa não é evidente em vários casos e pode até ser indefinida e não está relacionada diretamente com lesão orgânica, o período característico de uma dor crônica é considerada quando persiste por três meses ou mais (BERGQVIST et al., 1994).

            Estatísticas mostram que cerca de 80% das consultas medicas se dão por conta de dores. 19% da população brasileira sofre de dores crônicas sendo prevalente em mulheres adultas normalmente entre 30 e 40 anos (HILDEBRANDT, 1995).

            O tratamento da dor exige cuidados e conhecimento sobre o tipo de dor, diversos métodos de tratamento multidisciplinares foram propostos para que pudessem neutralizar tal incomodo. Dentre esses programas multidisciplinares, o que se destaca é a pratica de exercícios de fortalecimento e alongamentos e aeróbios (SOUZA et al., 2008).

            O efeito analgésico do exercício físico é testemunhada desde a década de 70 pelo doutor Black. Ele relatou que o limiar de dor teve aumento considerável logo após uma corrida de 40 minutos. Mesmo tantos anos após o trabalho pioneiro, os mecanismos ainda não são concretos.

            Outros estudos que utilizaram exercícios isométricos e relaxamento nos locais afetados pela dor também relataram bons resultados reduzindo edemas e efeitos inflamatórios (LIN et al., 2001; CADER et al., 2007; CASTRO et al., 2010).

            Oliveira, Fernandes e Daher (2014) realizaram um estudo com duração de um ano e utilizando exercícios domiciliares resistidos, aeróbios e alongamentos com supervisão de um profissional de Educação Física onde tinham das mais diversas dores crônicas, sendo elas: Bursite, Condropatia Patelar, Dorsalgia, Entesite, Fasciíte Plantar, Gonartrose, Lombalgia, Pubalgia,Sacroileíte e Sequela de Fratura. Utilizando a Escala Visual Analógica (EVA) para mensurar a dor, eles obtiveram resultados interessantes, onde o escore inicial era de 6,7 e no final do período de intervenção foi de 2,0.

            Além de ser de importância para o bem estar do indivíduo que sofre com as dores, outro fator que faz os pesquisadores buscarem métodos eficientes para amenizar e prevenir dores crônicas é o fator financeiro. Cerca de 20% dos afastamentos do trabalho são devidos á dores crônicas (INSS, 2007).

            O exercício físico se mostrou muito eficiente como uma estratégia capaz de minimizar as dores crônicas e tornar o acometido mais apto para as atividades do cotidiano. Outro fator importante do exercício físico é o fator motivacional e satisfatório, devido a liberação de dopamina, noradrenalina serotonina e endorfina (CUNHA et al., 2008).

Mesmo com resultados positivos com exercícios domiciliares, é importante destacar o acompanhamento do profissional de Educação Física com a finalidade de tornar a pratica segura e eficiente. Como nem todas as pessoas tem espaço e material em casa para a prática, a procura por academias e studios se faz necessária.

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