Escrito por Prof. Esp e MBA Danilo Luiz Fambrini
Na literatura existem divergências entre alguns autores quantos aos tipos ou técnicas de alongamento. Exercícios de alongamento podem ser realizados de forma ativa (atividade muscular do próprio indivíduo envolvido na ação, sem ajuda externa) ou de forma passiva (não ocorre contribuição ou contração ativa do sujeito submetido à ação, ou seja, o alongamento é totalmente promovido por forças externas, através do auxílio de um parceiro ou de um equipamento mecânico).
Alongamento Estático
De acordo com Contursi (1986), o alongamento estático consiste em realizar o alongamento de uma determinada musculatura até a sua extensão máxima tolerável de movimento, e ao chegar neste ponto, permanecer por alguns segundos.
Esse tipo de alongamento é mais prático, por ser mais simples sua realização, requer um baixo consumo de energia. Segundo Achour Júnior (2004) no alongamento estático move-se o membro lentamente, mantendo o segmento muscular determinado pela tensão muscular logo acima da amplitude do movimento habitual. O autor também aponta que as vantagens do alongamento estático se fazem pela facilitação da aprendizagem e um risco menor na ocorrência de lesões.
Alongamento Balístico ou Dinâmico
No alongamento balístico utiliza-se vários esforços musculares ativos insistidos, na tentativa de maior alcance do movimento (ACHOUR JÚNIOR, 2004). Para Contursi (1986), este alongamento corresponde a habilidade de se utilizar a ADM, na performance de uma atividade física em velocidades rápidas do tipo “sacudidas”. Utiliza-se de vários esforços musculares ativos insistidos, na tentativa de maior alcance de movimento. O alongamento balístico está associado a movimentos rítmicos, como balançar e saltar, e consiste em “sacudidas”, ou movimentos ativos de acordo com Foss (2000). O autor também ressalta que a amplitude final não é mantida. Neste caso, o ressalto e o espasmo causam ativação dos fusos musculares que, por sua vez, incluem contrações dos músculos que estão sendo alongados.
O alongamento balístico permite desenvolver a flexibilidade dinâmica (ALTER, 1999 apud ACHOUR JÚNIOR, 2006), exigida em várias modalidades esportivas, facilitando a aplicabilidade e aumentando a especificidade no treinamento.
Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva (FNP)
Método de FNP foi desenvolvido, inicialmente, com fins terapêuticos. Utiliza-se, neste método, a influência recíproca entre o fuso muscular e o Órgão Tendinoso de Golgi de um músculo entre si e com os do músculo antagonista, para obter maiores amplitudes de movimento (DANTAS,1999). O método de Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva combina, alternadamente, a contração e o relaxamento dos músculos agônistas e antagonistas (ACHOUR JÚNIOR, 1999). Para Knott & Voss (1968) apud Monteiro e Farinatti (2000), este alongamento consiste basicamente de um processo seqüencial, iniciado por um alongamento passivo estático, seguido de uma contração isométrica do músculo que é mantido alongado, e imediatamente após, aplica-se outro alongamento assistido de maior amplitude que o primeiro.
Tal técnica é baseada em importantes mecanismos neurofisiológicos, que incluem facilitação e inibição, resistência, irradiação, indução e reflexos. Independente da técnica a ser utilizada, o importante é que os movimentos sejam executados de maneira correta, sem que haja dor. Afirmando assim Achour Júnior (2004): “aceite o desconforto do alongamento, rejeite a dor”.
Referência da imagem: Site Gepeffs