Modificações no estilo de vida e sua influência sobre fatores de riscos

Escrito pelo Prof. Esp e MBA Danilo Luiz Fambrini

As doenças cardiovasculares são as maiores causas de mortalidade em todo o mundo. Um grande fator de risco para tais doenças é a rigidez arterial (SAFAR e LONDON, 2000). A obesidade também é um fator de risco para doenças cardiovasculares, sendo que indivíduos nesse estado nutricional tem maior rigidez arterial em comparação a sujeitos com composição corporal ideal (WILDMAN et al., 2003).

A vascularização endotelial tem um papel importante na regulação vascular, produzindo endotelina-1 (ET-1) (Vaso constritor) e o Óxido Nítrico (Vaso dilatador). A disfunção endotelial é uma característica da obesidade (Brook et al., 2001; van Guilder et al., 2008) que precede o aparecimento clínico da doença cardiovascular (Moncada et al., 1991).

A literatura tem demonstrado que essa rigidez arterial diminui após a modificação dietética ou utilização de treinamento aeróbio em homens obesos (Miyaki et al., 2009a, 2009b). Sugere-se também que combinando a modificação dietética e exercício para pessoas obesas produzem um efeito aditivo na redução da rigidez arterial (Goldberg et al., 2009). Maeda et al. (2015) publicaram um estudo comparativo entre a pratica de exercícios físicos e modificações dietéticas em sujeitos adultos obesos.

Comparando variáveis como circunferência, massa corporal, pressão arterial, produção de endotelina-1 e óxido nítrico, entre outros, em um período de 12 semanas de intervenção. Os achados dos autores indicaram uma redução no nível de triglicerídeos, redução do colesterol total, pressão arterial sistólica e diastólica, frequência cardíaca, e redução na produção de endotelina-1 e reduziram a rigidez arterial em ambos os casos em proporções semelhantes.

Com relação a índice de massa corporal (IMC) e circunferência de cintura, apesar da redução em ambos os casos, as modificações dietéticas tiveram resultados mais acentuados, enquanto a produção de Óxido Nítrico foi um ponto superior para o exercício físico.

Alguns estudos sugerem que produtos lácteos, vegetais e frutas ocasionam efeitos positivos na função endotelial (Vogel et al 2000; Yoshizawa et al, 2010; Kelley Adkins, 2012). No estudo de Maeda et al. (2015), foram utilizadas sessões de treinamento aeróbio como forma de exercício físico, e a literatura destaca que tal método é eficaz para a redução da rigidez arterial não só em obesos, mas em jovens e idosos saudáveis também (hipertensos (Kakiyama et al., 2005; Kingwell, 2002; Moreau et al., 2003; Yoshizawa et al., 2009).

Levando em consideração os efeitos positivos do exercício físico e das modificações dietéticas na promoção da saúde, Okura et al. (2007), recomenda a combinação das duas atividades pensando na redução de um número maior de fatores de risco. Apesar de termos muitos dados interessantes na literatura, existe a ausência de um estudo comparando estilos de vida como a modificação dietética e treinamento aeróbio, e comparando vários métodos de exercício físico.

Considerações

As modificações alimentares foram mais efetivas com relação á redução de peso corporal e medidas, em contrapartida, o exercício físico é capaz de reduzir a rigidez arterial sem necessidade de redução de peso corporal, sendo interessante para qualquer população. É indicada a combinação de exercício físico e alimentação saudável visando otimizar resultados e reduzir riscos á saúde.