A osteoartrose (OA) ou Artrose se da por uma doença articular crônico-degenerativa ocorre pelo desgaste da cartilagem articular (COIMBRA et al., 2002). Clinicamente, a artrose é caracterizada por dor, rigidez no período da manhã, crepitação óssea, atrofia muscular e quanto aos aspectos radiológicos é observado estreitamento do espaço intra-articular, formações de osteófitos, esclerose do osso subcondral e formações císticas (COIMBRA et al., 2002; REJAILI et al., 2005).
Coimbra et al., 2004, mencionam que a patologia é a doença reumática mais prevalente entre indivíduos com mais de 65 anos de idade. Estudos americanos apontam que mais de 50 milhões de pessoas apresentam hoje esta enfermidade. N o Brasil, não existem dados precisos sobre esta prevalência . Os conhecimentos adquiridos recentemente no conhecimento da fisiopatogenia levaram a uma alteração no conceito desta doença . Antes se acreditava tratar-se de uma doença progressiva, de evolução arrastada, sem perspectivas de tratamento, encarada por muitos como natural do processo de envelhecimen to . Hoje, no entanto,é vista como uma enfermidade em que é possível modificar o seu curso evolutivo, tanto em relação ao tratamento sintomático imediato, quanto ao seu prognóstico.
Rejaili et al. (2005) destaca que a patologia é bastante comum e se apresenta entre 44% e 70% dos indivíduos acima de 50 anos de idade; na faixa etária acima de 75 anos, esse número chega a 85%. Ainda acrescenta que representa uma das principais queixas da consulta médica e é responsável por um número elevado de aposentadorias por invalidez. O período mais comum de surgimento da artrose é entre 50 e 60 anos (REZENDE et al., 2000).
Existe a estimativa que entre a população acima de 65 anos, aproximadamente 12% tendem a ter osteoartrose sintomática, que tem como caracteristica relato doloroso principalmente no período da manhã em uma ou mais articulações do corpo (COIMBRA et al., 2002; REZENDE et al., 2000). A incidência da osteoartrose sintomática aumenta com a idade e com o peso corporal. As articulações do joelho, as interfalângicas distais, carpometacárpicas e as articulações facetarias são as mais afetadas (COIMBRA et al., 2002).
Dentre as alterações ocorridas pela patologia, as mais significativas ocorrem nas superfícies articulares que perdem a sua congruência (CAMACHO, 2001). Essas alterações ocorrem na margem das articulações e no assoalho das lesões cartilaginosas, onde comprometem a elasticidade e aumentam a rigidez óssea, tornando os ossos mais sensíveis ao desenvolvimento de microfraturas (COIMBRA et al., 2002; REZENDE et al., 2000). Essas microfraturas regeneram-se, porém, de forma excessiva; isso ocasiona a formação de calos ósseos e, consequentemente, aumenta a rigidez que compromete toda a estrutura articular dando origem aos osteófitos, luxações e instabilidade articular.
Em geral a patologia ocorre principalmente nas articulações sinoviais, como joelhos, cotovelos, punhos, tornozelo, etc.
Referências
Coimbra IB, Pastor EH, Greve JMDA, Puccinelli MLC, Fuller R, Cavalcanti FS, et al. Consenso Brasileiro para o tratamento de Osteoartrite (Osteoartrose). Rev Bras Reumatol. 2002;42(6):371-4.
Coimbra IB, Pastor EH, Greve JMDA, Puccinelli MLC, Fuller R, Cavalcanti FS, et al. Osteoartrite (Artrose): Tratamento. Rev Bras Reumatol, v. 44 , n. 6, p. 450-3 , nov./dez., 2004
Rejaili WA, Chueire AG, Cordeiro JA, Petean FC, Filho GC. Avaliação do uso do Hylano GF-20 no pós-operatório de artroscopia de joelho por artrose. Acta Ortop Bras. 2005;13(1):20-3. doi:10.1590/S1413-78522005000100005.
Rezende UM, Hernandez AJ, Camanho GL, Amatuzi MM. Cartilagem articular e osteoartrose. Acta Ortop Bras. 2000;8:100-4. doi:10.1590/S1413- 78522000000200005.
Camanho GL. Tratamento da osteoartrose do joelho. Rev Bras Ortop. 2001;36(5):135-40.