O que é Liberação miofascial?

Créditos: Prof. Esp. Eurico Lara de Campos Neto

A liberação ou manipulação miofascial é uma técnica fisioterápica de fácil e rápida aplicação. Ela é uma manipulação de bandas de tensão que se localizam na fáscia, onde é exercida uma pressão manual sobre o ponto de tensão, que tem a finalidade de libertar as possíveis restrições musculares realizando um modelamento neste tecido conjuntivo. (Costa, 2012).

            O termo fascia vem do latim e significa banda ou bandagem e é utilizado para designar os diferentes tipos de estruturas fibrosas de proteção (fáscia peri e infrafaringeana), conjunto orgânico ( fáscia endocárdica) e tecidos conjuntivos de nutrição (fáscia superficial e própria).

            Porem de uma maneira geral considera-se que ela se constitui em uma peça única que se desdobra sobre ela mesma com diferentes espessuras e densidades, de maneira que atenda as exigências funcionais do organismo, pois ao mesmo tempo ela envolve, separa e conecta diferentes estruturas em diferentes camadas. (Rego, 2012).      

            É uma estratégia que muitas vezes é adotada e tem por objetivo evitar a dor tardia que é relacionada ao treinamento de força e contribuir para com a flexibilidade muscular.  Ela pode ser realizada de forma passiva, utilizando técnicas de terapias manuais, ou ativas, denominando-se auto liberação miofascial, onde o próprio individuo massageia o tecido miofascial exercendo uma determinada pressão sobre ele.

            Essa pressão pode ser exercida através de equipamentos como rolos de espuma por exemplo, visando a organização destes tecidos proporcionando uma nova organização, reduzindo assim a rigidez provocada pelo treinamento físico permitindo uma aceleração na recuperação muscular pós treino (Fraga, 2015).

            Ela é um tratamento terapêutico, onde utiliza uma leve pressão junto com alongamento, o que ajuda a facilitar a libertação de restrições fasciais que são causadas por acidentes, lesões, estresse, uso repetitivo e cicatrizes cirúrgicas, podendo ser utilizada tanto por praticantes de atividade física, quanto por pessoas que se recuperam em um pós cirúrgico.(Petter, 2015).

A fáscia muscular exerce um importante papel no corpo humano. Ela é responsável por contribuir para a transmissão de forças entre os segmentos corporais e caso haja possível perda de elasticidade a capacidade de realizar movimentos mais amplos e flexíveis fica reduzida. (Fraga, 2015)

Essa tensão provida de dor e desconforto na fáscia muscular recebe o nome de síndrome de dor miofascial, é uma desordem neuromuscular que se caracteriza pela presença de locais sensíveis nas bandas musculares tensas ou contraídas, que acomete pessoas entre 31 e 50 anos. (Batista, 2012).

Esses locais sensíveis são chamados de pontos de gatilho. São pontos hipersensíveis que tem uma resposta contrátil e dor. A principal característica são as dores musculoesqueléticas envolvendo músculos e fáscias, em especial da região da cintura escapular, região cervical e lombar (Costa 2012).

O objetivo desta técnica é melhorar o quadro de dor do paciente, proporcionar também a amplitude de movimento e consequentemente a circulação e relaxamento dos músculos contraídos, visando proporcionar um melhor desempenho na execução das atividades do dia a dia.

Consiste em sessões com movimentos lentos e contínuos, no qual o paciente informa de acordo com seu limiar de dor a intensidade da pressão a ser utilizada. (Costa 2012).

Referencias:

  • Batista, J.S; Borges, A.M; Wibelinger, L.M. Tratamento fisioterápico na síndrome da dor miofascial e fibromialgia. Revista Dor, São Paulo, 2012
  • Costa, N.A; Poggetto, S.F.D; Pedroni, C.R. O efeito da manipulação miofascial sobre o limiar doloroso em atletas durante o período competitivo. Revista Terapia Manual, 2012.
  • Fraga, B.S. Auto liberação miofascial no treinamento físico: Revisão de Literatura ( Trabalho de conclusão de curso). Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2015.
  • Petter, G.N; Nora, D.D; Santos, T.S; et.al. Efeitos da liberação miofascial sobre a funcionalidade da dor em mulheres mastectomizadas. Fisioterapia Brasil, 2015.
  • Rego, E.M; Martin, M.M; Filho, A.V.D, et al. Efeitos da liberação miofascial sobre a flexibilidade de um paciente com Distrofia Miotônica de Steinert. Revista de Neurociência, 2012.

 

Referência da imagem: site dani christoffer