O que é Pubalgia?

Créditos: Prof. MBA e Esp. Danilo Luiz Fambrini

Sofrendo com aquela dor localizada na região do quadril? Pode ser Pubalgia!

A pubalgia ou osteíte púbica tem se tornado um problema frequente nos esportes, entre eles o futebol. Além dos termos anteriormente mencionados outros termos na literatura são utilizados: síndrome do grácil, osteopatia dinâmica do púbis, síndrome do adutor pélvico, dor inguinocrural (WILLIAMS, 1978).

A pubalgia crônica se trata de uma lesão ocasionada por esforço repetitivo, ou seja, por excesso de uso na prática esportiva. A lesão é comum nos esportes em geral, se destacando em jogadores de futebol, isso ocorre pela rotina de jogos sem intervalo prolongado para uma recuperação detalhada. (FALCHETTI & ZABOTI, 2003).

Os mesmos autores ainda destacam que pubalgia crônica é manifestada por dores na sínfise púbica geralmente associada à prática desportiva e pode ocorrer irradiação para a face medial da coxa. Pode ocorrer ainda dor na inserção dos retos abdominais.

O site pubalgia.com.br, especializado no tema, menciona que pubalgia é considerada uma doença progressiva e crônica, ocasionada por inflamação óssea, cartilagem, ligamentos, tendões ao redor da Sínfise Púbica. Destacam ainda que ocasiona-se por causa multifatorial, não existindo um fator isolado que leve a seu aparecimento. A lesão tem relação direta com a sobrecarga de exercícios, desequilíbrios musculares, encurtamento muscular, redução de mobilidade das articulações coxo-femoral e sacro-ilíaca, micro-lesão no adutor, enfraquecimento da parede abdominal entre outros.

Mas o que é a Sínfise púbica?

Parafraseando Azevedo & Dani (2007, “A sínfise púbica é uma articulação do tipo anfiartrose, com fina camada de cartilagem hialina, separada por um disco de fibrocartilagem. O movimento nesta articulação é muito limitado, sendo estabilizado superiormente pelo ligamento suprapúbico,inferiormente pela porção arcada do ligamento púbico e anteriormente pelo ligamento interpúbico”.

O primeiro relato de pubalgia, segundo Moore, Stover e Matta (1998) foi na literatura inglesa em 1924, onde foi diagnosticada em um paciente pós-operatório de cirurgia supra-púbica.

Inicialmente foi considerada apenas uma complicação proveniente de procedimentos urológicos, posteriormente identificada como trauma, atividades atléticas, gravidez e também foi associada à desordens reumatológicas.

Para ilustrar, autores mencionam que em um cenário mundial a pubalgia alcança de 4 a 7% de todas as lesões esportivas, sendo que nos jogadores de futebol ocorrem o maior percentual dos casos da lesão, totalizando cerca de 50% (COHEN et al., 1997; RENSTRÖM, 2000; PEREIRA, 2007).

O diagnóstico, para Ide e Caromano (2002) é somente clínico, por meio de detecção de sinais e sintomas. Caso não seja detectada precocemente podem aparecer sinais radiológicos característicos.

É importante identificar o histórico de práticas esportivas e de quedas e traumas do lesionado para identificar origem e grau da lesão.

Azevedo & Dani (2007) mencionam que o tratamento tende a ser variado e contraditório, mas uma intervenção conservadora é sempre indicada em um primeiro momento. Ainda sugerem que repouso e uso de anti-inflamatórios esteroides e não esteroides são recomendados;nos casos de infecção antibióticos também estão indicados.

Breves considerações

 

A pubalgia crônica é uma lesão que acomete em geral esportistas, tendo sua maior ocorrência em futebolistas. As dores localizadas na região anterior do quadril são incomodas e podem limitar diversas atividades e principalmente o desempenho dos praticantes de exercícios físicos. O tratamento deve ser conservador e merece cuidado especial.

 

 

Referências

 

Williams JGP, Ed FRCS. Limitation of the hip joint movement as a factor in traumatic osteitis pubis. Br J Sports Med 1978;12:129-33.

Falchetti I.S., Zaboti, A.F., Púbalgia Crônica: Uma abordagem fisioterapêutica, UNISUL, 2003 

Azevedo E, Dani, WS. Elementos básicos de diagnóstico e de terapêutica da pubalgia. Temas de Reumatologia Clínica. 2007;8(3):68-70.

PEREIRA, R.L. Avaliação da cintura pélvica na pubialgia em atletas de futebol. Dez.2007. 19 f.Trabalho de conclusão de curso (monografia) Universidade da Amazônia – UNAMA, Belém – Pará, 2007.

AZEVEDO, D.C.; PIRES, F.O.; CARNEIRO, R.L. A pubalgia no jogador de Futebol. Rev. Bras. Med. Esporte, v.5, n.6, p.233-238, 1999.

COHEN, M.; ABDALLA, R.J.; EJNISMAN, B. et al. Lesões ortopédicas no futebol. Revista Brasileira de Ortopedia, v.32, n.12, p.940-944, 1997.

RENSTRÖM, P.A. Tendon and muscle injuries in the groin area. Clin. Sports Med., v.11, n.4, p.825-831, 2000.

IDE, Maiza Ritomy; CAROMANO, Fátima Aparecida. Pubalgia: causas e possibilidades terapêutica. Revista Fisioterapia Brasil, Atlântica, v. 3, n. 6, p. 403-414, nov./dez. 2002.