Frequentemente exercícios de alongamento são adicionados a protocolos de aquecimento de práticas esportivas de uma forma geral. Os objetivos são variados e podem ir desde a intenção de prevenir lesões como a melhoria do desempenho do praticante, visando melhor conforto em suas ações (TAKIZAWA & YAMAGUCHI, 2014).
Estudos recentes indicam que o alongamento estático utilizado precedendo atividades esportivas podem ocasionar diminuição na força explosiva (BEHM & CHAOUACHI, 2011; KALLERUD & GLEESON, 2012) , ou no desempenho da resistência (DAMASCENO et al. 2014; LOWERY et al., 2014, PECK et al., 2014).
No entanto, alguns estudos tem esclarecido que a prática de alongamentos dinâmicos mostraram resultados positivos com relação a força explosiva (BEHM & CHAOUACHI, 2011; KALLERUD & GLEESON, 2012; YAMAGUCHI & ISHII, 2014). Infelizmente são poucos os estudos que relatam os efeitos do mesmo método com relação ao desempenho de resistência muscular (HAYVES & WALKER, 2007; ZOURDOS et al., 2012).
Judge et al. (2013) menciona em seu estudo que 41,5% dos treinadores de atletas de Endurance utilizam o alongamento dinâmico como forma de aquecimento precedendo as competições e treinamentos, enquanto 44,7% utilizam o alongamento estático e 13,8% não utilizam nenhum dos dois métodos.
Como a dúvida com relação a intensidade e volume de aplicação do alongamento dinâmico é elevado, uma revisão sistemática foi realizada por Yamaguchi & Ishii (2014), onde buscaram identificar essas variáveis. Segundo os autores, tal alongamento deve ser realizado na maior velocidade possível com conforto, sendo composto de uma a duas séries de 10 a 15 repetições para conseguir encontrar resultados positivos com relação à força explosiva. Uma observação encontrada na obra é o fato de que a aplicação do método proporcionou um aumento de 10,6% no desempenho de saltos.
Em estudo recente, Yamaguchi et al. (2015) foram avaliados corredores experientes em duas situações visando analisar as melhorias no desempenho de resistência, sendo elas sem alongamento e utilizando alongamento dinâmico. Os autores utilizaram exercícios envolvendo 5 músculos, sendo eles: extensores de quadril e flexores, extensores de perna e flexores e flexores plantares, foi utilizada 1 série de 10 repetições para cada exercício, onde o período total de alongamento foi de cerca de 3 minutos.
Os autores encontraram melhorias significativas no tempo necessário para alcançar a fadiga muscular e a distância percorrida durante a avaliação quando foi aplicado o alongamento dinâmico, no entanto, não foram encontradas alterações com relação ao VO2 médio.
O estudo de Yamaguchi et al. (2015) foi o primeiro a analisar os efeitos do alongamento dinâmico sobre o desempenho de resistência. Os resultados diferem dos achados anteriores em estudos também utilizando o alongamento dinâmico com diferentes variáveis.
Yamaguchi destaca que esta diferença pode ter ocorrido devido a Hayes & Walker (2007) utilizarem uma velocidade reduzida no alongamento, enquanto Zourdos et al. (2012) realizaram os exercícios de forma rápida, no entanto, com poucas repetições (2 séries de 4 movimentos), sendo que foi citado anteriormente que o ideal seria uma ou duas séries de 10 a 15 movimentos na maior velocidade confortável possível.
Considerações
Aparentemente a utilização de alongamentos dinâmicos precedendo exercícios como a corrida de rua e atletismo podem ser consideradas interessantes, pois, a literatura apresenta bons resultados com relação a melhorias na potência muscular e resistência, bem como, economia de energia.
Referências