Treinamento aeróbio em jejum: Ponto de vista 1

Nos dias atuais a obesidade é tido como uma patologia que ocasiona diversos riscos a saúde das pessoas com peso elevado. Tendo em vista este fator, a preocupação com o controle de peso se torna cada vez mais frequentes e diversas estratégias de treinamento são utilizadas com a finalidade de conquistar tal objetivo.

Tendo em vista a importância do tema e o quão tem sido frequente a dúvida de praticantes de exercícios físicos sobre o treinamento em jejum, o site Ciência do Treinamento trará matérias com diferentes pontos de vista sobre o assunto, não perca!

Abaixo mencionaremos o primeiro ponto de vista, confira:

Atualmente o conceito de saúde reflete uma perspectiva humanizadora e compreende-se saúde como “uma condição humana com dimensões física, social e psicológica, caracterizadas num contínuo, com pólos positivo e negativo”, que deve ser lembrado como consequência de uma série de fatores que, associados, determinam o índice de magreza ou de gordura corporal, desnutrição ou superalimentação, stress associado à falta de repouso, de hipertensão, entre outros (NAHAS, 2006).

A prática de exercícios físicos regulares trazem diversos benefícios a saúde que são capazes de proporcionar melhorias em aspectos como estabilidade emocional, redução do estresse e bem estar com sua imagem física (SILVA e DE MARCHI, 2007).

Com relação ao exercício físico como forma de redução da gordura corporal, muitas dúvidas ainda pairam. Isso se dá entre diversos motivos, que o corpo humano não foi idealizado para utilizar a gordura como fonte primária de energia.

Em uma análise sobre o exercício aeróbico normal; os estoques de glicogênio estão elevados, tornando então, o glicogênio a fonte de energia nessa aerobiose, em seguida, existe a degradação de massa muscular, nessa situação o praticante sente uma alta fadiga nos membros envolvidos na locomoção. Segundo Antonello et al. (2008), somente após os vinte minutos é que o exercício aeróbico começa a metabolizar a gordura, no entanto o praticante já está demonstrando cansaço, reduzindo seu rendimento. Seria esta atividade a melhor escolha para a redução da gordura corporal? Qual seria a melhor opção para alcançar o melhor resultado neste momento?

O jejum tem sido utilizado como estratégia para maximizar a queima de lipídios durante o exercício e promover alterações da composição corporal em indivíduos fisicamente ativos. Contudo, alguns estudos apresentam resultados inconsistentes em relação aos seus efeitos. Alguns autores observam aumento da oxidação de lipídios e diminuição da oxidação de CHO após diferentes períodos de jejum. Outros verificam que a diminuição da disponibilidade de CHO limita a oxidação de ácidos graxos, além da alteração da composição corporal obtida estar relacionada à diminuição de massa magra, em sua maior parte, e as variações de peso observadas essencialmente à perda de água, assim como sensível diminuição do desempenho (MARQUEZI; COSTA, 2008).

Segundo Santos (2009), ao realizar o exercício físico logo pela manhã em jejum, o organismo será obrigado a utilizar a gordura como fonte primária de energia.

Curi et al. (2003) mencionam que os ácidos graxos são uma fonte importante de energia para o exercício de intensidade leve, moderada e prolongados.

Alguns estudos têm demonstrado a diminuição no percentual de gordura  é relacionado ao tipo exercício utilizado. Mas a utilização de gordura como fonte de energia irá depender da intensidade e duração do exercício (MARANGON; WELKER, 2003).

Abaixo, citando diretamente a escrita de Antonello et al. (2008):

“Concordando que os exercícios aeróbicos são os mais indicados para o emagrecimento, existem indicadores que os mesmos apresentam maior resulta do se realizados em jejum.

Há dois horários muito eficientes de se realizar aerobiose para queima de gordura, o primeiro seria logo pela manhã, ao acordar, com estômago vazio, neste caso é preciso garantir uma ingestão hídrica com cerca de 300 a 500 ml de água para prevenir a desidratação, pois água drena fluidos para dentro da célula e evita a quebra protéica, alguns estudos promovidos pelo pesquisador sueco Torbjorn Akerfeldt apontam ser possível solicitar três vezes mais gordura se exercitando pela manhã, em jejum, comparado à mesma atividade promovida no período da tarde após refeições, Tobjorn ainda recomenda pelo menos seis horas de jejum antes da atividade, nessa situação, acredita Akerfeldt, que o organismo não tenha muito glicogênio estocado para ser solicitado como fonte de energia, ou seja, teria que ir direto aos depósitos de gordura para fornecimento de energia para que se possa completar a atividade. Mais interessante ainda foi sua observação de que a proteína degradada diminuiu ao invés de aumentar durante a aerobiose em jejum (GUIMARÃES NETO e PERES, 2007).”

 

Considerações

Hoje apresentamos um primeiro ponto de vista com relação ao tema, na próxima matéria traremos um segundo ponto de vista.

Após a leitura, qual a sua opinião? Concorda com os autores apresentados nesta matéria ou não?

Referências

NAHAS, Markus V. Atividade Física, Saúde e Qualidade de Vida: Conceitos e Sugestões Para Um Estilo de Vida Ativo, 4ª ed. Ver. e atual. Londrina: Midiograf, 2006.

SILVA, M. A. Dias da e DE MARCHI, Ricardo. Saúde e Qualidade de Vida no Trabalho. São Paulo: Editora: Best Seller, 2007.

GUIMARÃES NETO, W. M.; PERES, R. A. N. Are You Ready? 1ªed. São Paulo: Editora Phorte, 2007, ISBN: 9788576551485

MARQUEZI, M. L; COSTA, A. S: Implicações do jejum e restrição de carboidratos sobre a oxidação de substratos. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte. v. 7, n.1, p. 119-129, 2008.

SANTOS, R. B. Queimando gordura com eficiência, 30 jan. 2009. Disponível em: www.waldemarguimaraes.com.br. Acesso em: 13 de abr. 2009.

CURI, R.; LAGRANHA, C. J.; RODRIGUEZ, J. G. J.; CURI, T. C. P.; LANCHA, H. J.; PELLEGRINOTTI, I. L.; PROCOPIO, J. Ciclo de Krebs como fator limitante na utilização de ácidos graxos durante o exercício aeróbico. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia. v. 47, n. 2, p. 135-143, Abr, 2003.

MARANGON, A. F. C; WELKER, A. F. Otimizando a perda de gordura corporaldurante os exercícios. Universitas Ciências da Saúde. v. 1, n. 2, p. 363-376, 2003.